quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

“Procurador quer intimidar Jornalistas” diz Júlio Kambongue


O activista dos direitos humanos e jornalista angolano Rafael Marques foi notificado para responder a um processo-crime cuja acusação desconhece um interrogatório nesta terça-feira, 27 de Dezembro, no Departamento de Crimes Selectivos dos Serviços de Investigação Criminal de Angola.
"A luta continua, a verdade será conhecida e a justiça, mais tarde ou mais cedo, triunfará", é com estas palavras que o jornalista e activista dos direitos humanos e jornalista Rafael Marques diz enfrentar a justiça angolana, em mais um processo-crime
O activista diz não confiar na justiça do país e cita  como exemplo vários processos que o próprio deu entrada nas instituições de justiça, mas que até ao momento não tiveram qualquer desfecho.
“Nós não temos justiça em Angola e isso tem que ser dito de forma clara” sublinhou Marques, acrescentando que "em 2013, o Coque que está aqui a falar comigo, fomos detidos juntos, fomos espancados, eu e o Alexandre Solombe apresentamos queixa e nem o SIC, nem a Procuradoria-Geral da República se dignaram investigar o assalto de que fomos vítimas pela Polícia de Intervenção Rápida”.
Para o Jornalista Júlio Kambongue, o Procurador-geral da República, pretende com este processo, intimidar o Jornalismo investigatório. “ Este é mais um daqueles processos, que a procuradoria trás para intimidar a classe, de prosseguir  com a nosso actividade. Em Angola ninguém está acima da lei, e nós temos a missão de publicar aquilo que é de interesse público, e não pode o Procurador intimidar os Jornalistas”. Disse
Júlio Kambongue, disse ainda que a procuradoria devia se preocupar com os processos que tem recebido dos Partidos Políticos, e de activistas, mais que até hoje não foram resolvidos. “Há vários processos que os Partidos e os activistas cívicos, remeteram a PGR, mais que até hoje ninguém diz nada. Fico com a impressão de que a PGR só trabalha quando o processo tem haver com o sistema. Temos o caso do Deputado Mfulupinga NLando Victor, assassinado no dia 2 de julho de 2004, numa sexta-feira, em Luanda, horas depois de ter participado de uma reunião do Conselho da República, órgão de que era membro, por um grupo de elementos até aqui desconhecidos. São esses processos que a PGR devia se preocupar. Nós estamos solidários com o Jornalista Rafael Marques”.
Marques foi recentemente condenado por um processo aberto por generais ligados à Presidência da República na sequência de denúncias de mortes na indústria diamantífera mas aguarda pelo recurso que interpôs junto do Tribunal Supremo.

Rafael Marques é proprietário de um site de denúncias de corrupção e violações de direitos humanos em Angola e tem enfrentado vários processos movidos por personalidades do poder.

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